Tribuna Popular destaca o Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (Libras)

A Câmara Municipal de Imperatriz realizou, na manhã desta quarta-feira (23), uma Tribuna Popular em alusão ao Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (Libras), comemorado em 24 de abril. O momento foi dedicado à discussão das necessidades e desafios da comunidade surda, com foco na formulação de políticas públicas que promovam a inclusão social e garantam o direito à comunicação plena.
A solicitação da tribuna foi feita pelo vereador Francisco Messias (PDT) e contou com a participação de representantes da Associação Municipal de Surdos de Imperatriz, além de profissionais da área e intérpretes de Libras. Representando a associação, Beatriz Elizama destacou a importância do espaço por permitir visibilidade à comunidade surda e apontou a precariedade dos serviços públicos oferecidos. Segundo ela, a falta de acessibilidade prejudica diretamente a comunicação e o acesso a direitos básicos.
“Temos muitas barreiras de comunicação, inclusive dentro das nossas próprias casas. As crianças se sentem tristes por não conseguirem se comunicar com suas famílias. Enfrentamos diversas dificuldades. É fundamental que a comunidade surda esteja presente em todos os espaços. Essa visibilidade é muito importante”, afirmou.
Bianca Letícia, representante da escola bilíngue, também fez uso da tribuna e defendeu a criação de uma central de Libras na Câmara e em todos os espaços públicos da cidade, para garantir o atendimento adequado à população surda. “Temos uma lei que reconhece a Língua de Sinais, mas ela não é respeitada. A sociedade precisa da Libras para se comunicar com todos”, reforçou.
Outra participante da Tribuna, Joyce Micaele, destacou a relevância da data para toda a comunidade surda e cobrou a valorização dos profissionais intérpretes de Libras. Ela relatou dificuldades enfrentadas nos órgãos públicos e sugeriu a criação de uma lei municipal que obrigue a presença de intérpretes nos atendimentos públicos.
“O nosso desejo é que o Legislativo crie uma lei para tornar obrigatória a presença de intérprete de Libras em todos os departamentos públicos. Quando um surdo vai ao Socorrão, por exemplo, ele não pode ficar esperando um intérprete aparecer para que consiga se comunicar com um médico”, pontuou.
Servidora da Casa e intérprete de Libras, Solange Feitosa fez um apelo por mais atenção à causa. Ela destacou que diversos espaços que antes atendiam a comunidade surda estão atualmente fechados, comprometendo serviços essenciais. “Gostaríamos que todos os órgãos públicos em Imperatriz tivessem intérpretes. Infelizmente, essa não é a realidade”, lamentou.