Tribuna Popular apresenta o curso "Conhecer para Tratar"

A tribuna promoveu o debate sobre dependência química e desafios enfrentados por familiares no Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo

Em alusão ao Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, a Câmara Municipal de Imperatriz realizou, nesta quinta-feira (20), uma Tribuna Popular com especialistas da área da saúde para divulgar o curso "Conhecer para Tratar", que acontecerá de 13 a 16 de março, no auditório do New Anápolis Hotel. Além da promoção do curso, a tribuna abriu espaço para um debate sobre os desafios da dependência química e o fortalecimento das políticas públicas na cidade.

 

O pastor Elivaldo Gonçalves, representante nacional das Comunidades Terapêuticas e vice-presidente do Conselho Municipal sobre Drogas, destacou a importância da data e a necessidade de ampliar o apoio às famílias afetadas pela dependência química. "Cada usuário de substâncias ilícitas impacta diretamente cerca de 12 codependentes, que são familiares e pessoas próximas, além dos danos incalculáveis causados à sociedade como um todo", explicou Elivaldo.

 

Ele ressaltou ainda que, desde 1967, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o alcoolismo como uma doença, e não apenas como uma escolha do indivíduo. "Precisamos tratar essa doença reconhecendo seu impacto. Por isso, estamos trazendo para Imperatriz o curso ‘Conhecer para Tratar’, que busca conscientizar a população, promover o cuidado e a reinserção de pessoas em situação de dependência química", reforçou, solicitando o apoio da Câmara para viabilizar recursos financeiros ao projeto.

 

Importância das políticas públicas

 

O presidente do Conselho Municipal sobre Drogas, Clézio Oliveira, utilizou a Tribuna Freitas Filho para destacar a atuação do conselho e a necessidade de fortalecer as ações na cidade. Ele relembrou que o projeto do conselho foi criado em 2007, mas sua implementação efetiva só ocorreu em 2014, com a participação do poder público e da sociedade civil.

 

"Estamos estruturando comissões essenciais para a fiscalização de programas e serviços voltados ao acompanhamento e tratamento de pessoas com dependência química. Esse é um trabalho que precisa de mais atenção e apoio para garantir resultados efetivos", enfatizou Clézio.

 

A representante da Regional de Saúde, Marlene Lima, abordou o impacto da dependência química no Brasil e no mundo. Segundo a OMS, 6% da população brasileira é dependente de alguma substância, o que representa mais de 12 milhões de pessoas. Além disso, segundo ela, um estudo da Universidade Federal de São Paulo (USP) aponta que aproximadamente 28 milhões de famílias convivem com pelo menos um familiar dependente químico.

 

Em seu discurso, Marlene também destacou os desafios enfrentados pelas famílias que lidam com a dependência e a necessidade de ampliar as políticas públicas de apoio. "O SUS tem trabalhado com determinação para enfrentar essa realidade, mas as dificuldades são evidentes. Há falta de recursos, de profissionais especializados e um número insuficiente de serviços para atender a demanda", pontuou.

 

Ela enfatizou ainda que a Regional de Saúde, que abrange 16 municípios, incluindo Imperatriz, tem como um de seus pilares o trabalho das Comunidades Terapêuticas, que adotam práticas integrativas focadas nos aspectos emocionais e espirituais do tratamento. "Atualmente, contamos com 13 comunidades terapêuticas que atendem um público de 400 a 500 pessoas em nossa região", finalizou Marlene.


  • 20/02/2025
  • Departamento de Comunicação Social
  • Wallisson Santos

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