No segundo dia de paralisação, professores da rede municipal de ensino ocuparam as galerias da Câmara Municipal na manhã desta quarta-feira (23), durante sessão de Tribuna Popular, para pedir a intervenção dos vereadores nas negociações entre o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Imperatriz (Steei) e a Prefeitura. Portando cartazes e faixas, os professores protestaram contra o prefeito Assis Ramos e pediram sua renúncia do cargo.

Os profissionais da educação aceitam a contraproposta da Prefeitura de 6% de reajuste nos salários e R$ 260 no vale-alimentação. Os professores queriam 8% de reajuste. Eles alegam que o prefeito só aceita conceder o reajuste a partir de junho, sendo que a data-base da categoria é abril.

“Queremos o retroativo. Desse jeito, o prefeito ganha três meses. Nossa data-base é abril, portanto queremos a retroatividade do reajuste”, afirmou o presidente do Steei, Francisco Messias. Ele ocupou a tribuna da Câmara para fazer duras críticas ao prefeito, a quem acusa de discriminar os professores.

Francisco Messias pediu a intervenção dos vereadores nas negociações. O presidente da Casa, José Carlos Soares, informou que vai compor uma comissão para tentar junto ao prefeito solucionar o impasse.

De acordo com o presidente do Steei, o que falta para concluir as negociações “é o prefeito cumprir que a data-base é o mês de abril”. “O servidor já tentou tanto negociar, já abriu mão de algumas coisas e estamos cobrando só o retroativo. Ele cumprindo os três meses, com certeza a categoria volta ao trabalho”, reforçou Messias.

O Steei informa que, no segundo dia da greve, mais de 90% da categoria aderiu ao movimento. É o primeiro grande movimento grevista do funcionalismo municipal enfrentado pela gestão do MDB.

Impasse perto do fim 

Vários vereadores se pronunciaram durante a sessão, a maioria absoluta apoiando o movimento dos professores. A Mesa Diretora marcou para a sessão desta quinta-feira a votação de um requerimento de autoria do vereador Aurélio do PT, em que este solicita a convocação do secretário de Educação, Josenildo Ferreira, para falar em Plenário sobre as negociações e as contrapropostas da Prefeitura.

O líder do Governo na Casa, Hamilton Miranda, reconheceu a legitimidade da campanha salarial dos servidores da Educação, mas ressaltou que a paralisação ainda não era necessária já que, na opinião, “o impasse está perto do fim”.  

“Tudo vai ser resolvido. A vontade do prefeito é atender as justas reivindicações dos professores, tanto que o prefeito já recebeu a categoria para negociar. Portanto, todo esse impasse vai terminar logo, não tenho dúvidas”, afirmou Miranda.