Vereadores repudiam advogados contra jornalistas em Imperatriz

Adonilson Lima classificou o episódio como “pataquada” e propôs “Moção de Solidariedade” em favor dos jornalistas

Imperatriz – O apresentador de televisão e vereador Raimundo Roma (PSL) lamentou nessa terça-feira (1º) na tribuna “Freitas Filho”, o fato ocorrido sexta-feira (27-11) envolvendo advogados e profissionais da imprensa quando da apresentação de suspeitos de integrar uma quadrilha de roubo de cargas em Imperatriz.

Ele considerou desnecessário o episódio, repercutido em todo Brasil, patrocinado pelos advogados dos presos que resolveram confrontar com os jornalistas que estavam realizando a cobertura dos fatos e acontecimentos na 10ª Delegacia Regional de Imperatriz.

 

“A imprensa tem seus limites, deveres e obrigações, pois acredito que se tivéssemos a oportunidade de conversar, sem a truculência de impedir o trabalho de filmagens e de colocar as mãos nas câmeras teríamos evitado esses transtornos desagradáveis”, observou ele, ao comentar que o episódio ganhou notoriedade não apenas em nível estadual, mas em todo Brasil.

Roma assinala que a nobre instituição OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) se colocou em situação delicada ao de ir encontro ao trabalho constitucional dos jornalistas que exerciam a atividade na cobertura dos fatos policiais.

“Os jornalistas sabem dos direitos preservados de imagens dos cidadãos, mas os advogados deveriam ter deixado o trabalho da imprensa transcorrer normalmente e, posteriormente, conversassem com os profissionais para que evitassem divulgar imagens dos suspeitos”, disse.

Ele condenou a maneira truculenta e desrespeitosa que alguns advogados dispensaram aos jornalistas na 10ª Delegacia Regional de Imperatriz. “Nós lamentos esse fato, que deve servir de exemplo, para situações futuras no ensejo que prevaleça o dialogo e o bom-senso”, defendeu.

PATAQUADA - Bacharel em Direito, o vereador Adonilson Lima (PCdoB) também lamentou e repudiou a maneira como os “trabalhadores da comunicação imperatrizense foram tratados pelos advogados, criando obstáculos para impedir a cobertura jornalística de suspeitos presos durante operação policial”.

“Esses membros da advocacia e da OAB não têm poderes de impedir a movimentação de pessoas no interior de delegacias de polícia, fato que lamentamos essa ‘pataquada’”, asseverou, ao citar que, primeiramente, o advogado-presidente da seccional da OAB, Malaquias Pereira Neves, se colocou favorável a ação dos colegas e, posteriormente, em declaração gravada reconheceu o excesso praticado pelos advogados.

“E depois publicou uma nota desdizendo a segunda ação e reafirmando a primeira, dizendo claramente que vai procurar as medidas cabíveis no sentido de processar os jornalistas que foram ceceados”, disse ele, que prestou solidariedade os jornalistas envolvidos no fato.

Também manifestou que fosse publicado uma “Moção de Solidariedade” em favor da imprensa por meio do Sindicato dos Jornalistas e Radialistas (Sindijori) e da Associação de Imprensa de Imperatriz e da Região Tocantina (AIRT).

O vereador Carlos Hermes (PCdoB) entende que os “advogados envolvidos cometeram crimes ao observar que desrespeitaram à Constituição Federal; os trabalhadores da imprensa e a prática de agressão”. “Foi um ato de barbárie; advogados que passam cinco a seis anos em uma instituição para se tornarem aquilo que deveriam está combatendo no Direito. É um absurdo!”, comentou.

Ele lembra que o ainda presidente da seccional da OAB, Malaquias Neves, deixará o cargo de maneira triste, pois deveria sair da função de maneira [muito] mais digna ao protagonizar esse episódio com os profissionais da imprensa. “Presto minha solidariedade aos comunicadores, vítimas dessa trágica ação dos advogados”, finalizou

  • 02/12/2015
  • Fábio Barbosa/Assimp
  • Gil Carvalho/ Assessoria