Violência contra a mulher feita por policial repercute na Câmara Municipal
Imperatriz - A Vereadora Edneusa Caetana Frazão, a Caetana, (PSDB) usou a tribuna durante a sessão de encerramento do semestre desta quinta-feira (26), para falar da sua indignação contra a violência praticada por um policial a uma mulher, na cidade.
“Assisti recentemente o vídeo aonde um policial bateu na cara de uma mulher em Imperatriz, quando você espera que da polícia se tenha segurança, quando você vai se divertir. Fico indignada, porque as mulheres não têm a mesma força que um homem. Porque acredito que um homem quando bate em mulher é porque não tem a força pra bater em outro homem”.
Ao fazer um aparte o vereador José Carneiro Santos, o Buzuca (PSDB) contou ter presenciado um fato de brutalidade de um homem e desabafou: “Homem que bate em mulher é animal. E incrível como isso acontece todo dia”. Buzuca comentou ainda sobre a importância das próprias vitimas procurarem a justiça para denunciarem essas agressões, que segundo ele, na maior parte das vezes não acontece.
“O que presenciei foi a mulher correndo pra se livrar do espancamento, pra se esconder, mas não teve coragem de denunciar. A mulher precisa ter coragem de denunciar. Me deu vontade de ligar pra polícia, mas fiquei com medo que a mulher ao ser chamada não confirmasse a denuncia”.
Indignação - Em relação ao caso do vídeo da agressão feita pelo policial e amplamente divulgado, o vereador Aurélio Gomes da Silva (PT) também falou da sua indignação e acredita que hoje, as mulheres estão tendo mais coragem de denunciar seu agressor, mas que a justiça ainda é lenta.
“A mulher já esta tendo coragem de denunciar, mas infelizmente a justiça brasileira, principalmente a nossa policia civil não dá cobertura como deveria, para mulher. Após a denúncia, passam de três a um ano para o cara ser intimado. É o tempo desse infeliz já ter matado a mulher. A justiça não dá celeridade ao processo”.
O vereador Carlos Hermes Ferreira da Cruz (PC do B) também viu as imagens e ficou indignado, percebendo “a falta do temor às leis do policial agressor que imaginou que por ser um policial iria estaria acima da lei”.
“Ele (o policial) se deu mal porque foi filmado. Imaginou que fosse ficar só ali com as pessoas que estavam vendo, que não iria ser denunciado. Uma agressão, daquela maneira a uma mulher, é de uma covardia tão grande que a sociedade precisa, além de repudiar, saber que já há o pedido de afastamento do policial feito através do Ministério Público”.
Hermes solicitou ainda que a casa emitisse uma nota de repúdio pedindo o afastamento do policial, “que está demonstrando um despreparo muito grande”.
Caetana concordou e solicitou à Mesa Diretora que fosse feita uma nota de repúdio e de pedido de afastamento do policial, “daquele bruto, espancador de mulher”, para reforçar o pedido já feito pela promotoria e que será assinado por todos os vereadores.
“A violência contra a mulher é uma triste realidade e acontece de todas as formas. Hoje a casa abrigo, está fazendo cinco anos de funcionamento, por lá já passaram várias mulheres, que sofreram violências de todas as maneiras”.
Sobre o atendimento às mulheres agredidas que procuram a delegacia para fazer a denúncia, a vereadora afirmou que “é preciso ter pessoas preparadas para atender essa mulher”, relatando um caso que acompanhou de perto, vendo a forma como a moça foi atendida e questionou: “Foi criada a Lei Maria da Penha. Mas quem vai ouvir a mulher espancada? Se não tiver uma pessoa preparada, vai piorar ainda mais a situação”.