Professores são contra ensino remoto e pedem que as atividades virtuais não sejam consideradas substitutas ao ensino presencial em Imperatriz

Professores são contra ensino remoto e pedem que as atividades virtuais não sejam consideradas substitutas ao ensino presencial em Imperatriz

De acordo com os profissionais da educação as aulas digitais do município não funcionam

Em sessão híbrida na manhã desta quarta, 26, aconteceu Tribuna Popular com os representantes do Sindicato dos Professores e Especialistas da Rede Municipal de Imperatriz (SINPESMI) e da Federação dos Trabalhadores de Ensino no Serviço Público nos Municípios do Estado do Maranhão (FETESPUSULMA) para tratar sobre o desenvolvimento do ensino em tempos de pandemia, aulas remotas e os precatórios do FUNDEF.

A professora Eurami Reis falou sobre o projeto educacional implantado no município com aulas virtuais e informou que os professores começaram a trabalhar numa plataforma (GEDUC Educacional) sem nenhum tipo de treinamento no período de pandemia. De acordo com ela os alunos não conseguem acessar, em turmas de 30 alunos apenas 05 conseguem participar e nem tem condições de dar retorno das atividades apresentadas professores. A desigualdade de acesso às aulas, o desinteresse dos estudantes, as dificuldades relacionadas à tecnologia e a insegurança sobre as mudanças, a quantidade de relatórios que são exigidas, o que toma o tempo das aulas e o aprendizado não avança com tantas atividades acumuladas. Esses são apenas alguns dos fatores que estão afetando alunos, professores e estes não podem ser responsabilizados pela falta de assimilação e aproveitamento do conhecimento.

“Esse sistema está sufocando os professores com tantos relatórios e os pais reclamam diariamente da quantidade de atividades que passam para seus filhos responderem, sendo que a minoria está participando, já que muitos não tem os recursos tecnológicos para poderem participar. Sem internet, tablet ou celular de ponta. Não há processo de ensino, pois não tem interação na aprendizagem. Educadores passam a atividade, sem poder explicar nada e ficam apenas esperando as respostas. Pedimos que os vereadores nos deem apoio para que possamos buscar soluções e saídas sobre essas atividades, avaliações e que não fiquem culpando os professores pela deficiência dessa plataforma, empurrada de goela abaixo”, disse Eurami.

            O professor de matemática José Parente expôs a mesma situação e disse que as escolas particulares também estão fazendo aulas remotas, mas com a opção de interação, bem diferente do município e que só tem dois tipos de notas: 5 ou 10. “Está todo mundo perdido, inclusive quem deveria dar orientação aos professores. Não passa de enrolação, faz de conta. Alunos que copiam respostas de outros, alguns que tinham notas baixas, hoje aparecem com nota 10, e muitos profissionais estão sendo colocados em disciplinas diferentes de suas especialidades”.

O presidente José Carlos disse que a cidade está entristecida com a forma que a gestão está levando a educação, maltratando as pessoas e agora os alunos, mas que a Câmara irá buscar formas de mudar essa realidade da incompetência da gestão municipal.

 

FUNDEF

Os profissionais da educação falaram também sobre o repasse dos precatórios do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF) após uma grande batalha judicial, onde a união repassou recursos para a prefeitura e ela está usando para reformar escolas, enquanto todos assistem calados. É um direito dos profissionais de educação receber 60% desses valores que estão nos cofres da prefeitura.

Pedem que a comissão de educação encontre soluções tanto das aulas remotas quanto um esclarecimento dos precatórios do FUNDEF, diante da decisão do senado e da lei criada pela Câmara Municipal criada ainda em 2019, do rateio para os professores da rede municipal de Imperatriz. De acordo com eles, enquanto o executivo gasta o dinheiro que é de direito dos profissionais de educação, este faz campanha contra os professores, tentando mostrar para a sociedade que a prefeitura e o gestor estão certos.

  • 02/12/2020
  • Fábio Barbosa
  • Sidney Rodrigues - ASSIMP