Estudante da Escola Santa Terezinha apresenta pesquisa sobre impactos socioambientais no bairro Bacuri

O estudante João Kenzo Mota Kamada, de 12 anos, da Escola Santa Terezinha, apresentou nesta quarta-feira (18), durante a Tribuna Popular no plenário da Câmara Municipal de Imperatriz, os resultados de uma pesquisa socioambiental sobre os impactos da falta de infraestrutura sanitária no bairro Bacuri. Além de expor dados da investigação, ele também apresentou um projeto de lei para proteção e recuperação dos riachos urbanos da cidade.
O trabalho desenvolvido por João Kenzo foi selecionado para ser apresentado na Mostra Internacional de Ciências e Tecnologia (Mostratec), feira científica realizada anualmente em Novo Hamburgo (RS). Segundo o estudante, a motivação para a pesquisa surgiu a partir das dificuldades observadas em seu trajeto diário de casa para a escola, como alagamentos, ausência de pavimentação e acidentes registrados na região.
A investigação destacou problemas relacionados ao Riacho Bacuri, que despertaram no aluno o interesse em compreender as causas da poluição local. Para isso, ele utilizou métodos quantitativos e qualitativos, aplicando questionários que permitiram identificar, por meio da experiência dos moradores, os principais desafios enfrentados pela comunidade.
Principais problemas identificados
Entre os resultados apresentados, João Kenzo apontou as enchentes como o problema mais grave, agravado pelas calçadas irregulares. Ele destacou que diversas famílias perderam móveis e até suas casas em decorrência dos alagamentos. A pesquisa revelou que mais de 60% dos moradores do Bacuri já vivenciaram enchentes, enquanto 25% convivem com o mau cheiro do esgoto a céu aberto, sem tratamento adequado, o que afeta diretamente a saúde pública.
“Eles não perderam apenas suas casas, mas também fotos e memórias. Esse problema não é apenas econômico, mas também afetivo”, relatou o estudante.
Outro ponto levantado foi a saúde pública, com altos índices de dengue relacionados ao acúmulo de água e à proliferação do mosquito transmissor. Segundo os dados, 60% dos casos registrados na região têm relação direta com a falta de saneamento. Quando questionados sobre a responsabilidade pelo esgoto a céu aberto, 55% dos moradores atribuíram ao governo estadual, por meio da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), e 25% ao governo municipal.
“Depois de pesquisar, eu entendi que o principal responsável somos todos nós: a comunidade, o governo estadual, o governo municipal e cada morador”, afirmou João Kenzo.
Propostas de soluções
O estudante também apresentou alternativas para enfrentar os problemas identificados, como drenagem profunda, limpeza dos riachos e plantio de mata nativa. Ele ressaltou que a pesquisa contribuiu para refletir sobre a responsabilidade coletiva e para buscar soluções conjuntas em prol da melhoria da qualidade de vida da comunidade.
“Todos nós devemos buscar a melhora do bairro Bacuri juntos. Ao concluir esta pesquisa, surgiu em mim a vontade de transformar essa ideia em um projeto de lei com um programa municipal de diretrizes para recuperação e proteção dos riachos urbanos”, defendeu.
Galeria de Fotos





