Audiência Pública discute problemas relacionados ao excesso de fiações áereas no município

Audiência discutiu responsabilidades além de debater o cumprimento da Lei nº 1.935/2022 sobre organização das fiações aéreas em postes no município

Na manhã desta quinta-feira (9), a Câmara Municipal de Imperatriz realizou uma audiência pública para discutir os problemas causados pelas fiações de empresas privadas de telefonia, internet e energia elétrica. O objetivo foi debater a necessidade de esclarecimentos e medidas sobre os transtornos recorrentes provocados pelo excesso de cabos aéreos.

 

O presidente da Comissão de Obras e Serviços Públicos, vereador Jhony Pan (PSD), lembrou que a Lei nº 1.935/2022 estabeleceu o prazo de um ano para que as empresas de telefonia, internet e energia se adequassem às normas previstas, mas que até o momento a lei não vem sendo cumprida.

 

“Nós queremos acabar com essa poluição visual. O pai e a mãe de família acordam de madrugada com o poste de energia pegando fogo. Queremos deixar claro que o parlamento e o município vão cobrar o cumprimento rigoroso da lei”, afirmou Jhony.

 

O representante da empresa Júpiter Internet, Alan Noleto Melo, destacou que a operadora atua em Imperatriz desde 1997, quando iniciou com internet discada, passando por antenas e rádios até chegar à fibra óptica. Segundo ele, a empresa acompanhou o avanço tecnológico gradualmente, evoluindo seus serviços junto com outras companhias de pequeno, médio e grande porte, como Claro, Tim e Vivo. Alan explicou que não há um levantamento preciso sobre o número de empresas legalizadas atuando no município, mas garantiu que a Júpiter segue as normas exigidas pela Anatel e pela Aneel, responsáveis pela regulação dos serviços.

 

O representante do Corpo de Bombeiros, capitão Goiano, relatou o aumento de ocorrências de incêndios em redes elétricas, que geram prejuízos aos usuários. Ele destacou a falta de padronização na instalação dos cabos e alertou para os riscos que isso representa.

 

“Qualquer fio condutor percorrido por corrente elétrica aquece. As empresas de telefonia, ao instalarem a internet, fazem um acúmulo de fios próximo aos de baixa tensão, e o calor acaba derretendo o plástico da fibra óptica. Esses fios ficam enrolados, formando espirais, e se tornam uma fonte de ignição que pode causar princípio de incêndio”, explicou o capitão Goiano, ressaltando que várias empresas sobrepõem seus cabos nos mesmos postes.

 

O secretário adjunto de Meio Ambiente, Rogério Avelino, afirmou que a Prefeitura, em parceria com o Corpo de Bombeiros, tem atuado para buscar soluções para o problema do excesso de fiação. Ele lamentou, no entanto, a ausência de uma equipe específica para fiscalização e manutenção dessas redes.

 

“Essa equipe precisa notificar e punir as empresas que estiverem irregulares. Só assim elas vão sentir no bolso que há regras na cidade”, afirmou Rogério, reforçando a necessidade de responsabilização das empresas que atuam em Imperatriz.

 

Jhony Pan ressaltou ainda que mais de 20 empresas prestam serviços desse tipo no município, mas apenas a Júpiter enviou representante à audiência. A Equatorial Energia, principal responsável pela rede na cidade, não participou das discussões.

 

“Eu, como presidente da Comissão, junto com o vereador Sargento Adriano, presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, vamos visitar cada uma dessas empresas”, declarou Jhony.

 

A audiência foi conduzida pela Comissão Permanente de Obras e Serviços Públicos, presidida pelo vereador Jhony Pan (PSD), tendo como 1º vice-presidente Mesaac Cirqueira (Avante), 2º vice-presidente Dr. Elias Holanda, 1ª secretária Renata Morena (PRD), 2ª secretária Jorgiana da Boca da Mata (PL) e 1º suplente Sargento Adriano (Republicanos).


  • 09/10/2025
  • Huerbert Dias
  • Wallisson Santos