Vereadores se dividem sobre natureza das manifestações de 7 de setembro
O
Brasil em sua pluralidade, continua sendo um país de múltiplas ideias, onde
existe uma disputa permanente entre alas opostas. Em Imperatriz não é diferente
no campo político partidário e na Câmara Municipal, como um espaço de discussão,
por se tratar de um parlamento (vem do francês :parler e significa
"falar" ou "discursar") os debates são acirrados.
Os
posicionamentos diferentes se misturam entre a população e dessa vez no feriado
de 7 de setembro – dia da Independência do Brasil, oficializada em 1822 –
apoiadores do atual presidente da República e defensores do seu impeachment
tomaram as ruas em todos os estados.
Em
sessão no Parlamento imperatrizense, usando a Tribuna, os vereadores Carlos
Hermes (PCdoB) e Ricardo Seidel (PSD) expuseram os motivos que fazem cada um sustentar
discursos totalmente divergentes.
Ricardo Seidel
Parabenizou
o povo de Imperatriz e do Brasil, que ele considera como patriotas, que não
deixaram passar em branco o ato que para ele é democrático, onde saíram milhões
às ruas.
“Não se viu vandalismo, nem depredação ou
pichações. Tinham pessoas de todas as idades, inclusive crianças, levando a
bandeira verde e amarela, cantando o hino nacional, fazendo orações e se
confraternizando, falando da grandeza do país. É esse patriotismo que
precisamos e essa é a esperança que nos dá força de continuar. Nós precisamos
resgatar o amor pelo país, pela cidade pelo estado. A população tem todo o
direito de ir às ruas, clamar pela liberdade, melhorias, o destravamento do
governo. É muito oposição sem nexo. O vírus veio da China, mas parece que foi
feito pelo presidente do Brasil, que hoje é o alvo”, disse.
Ricardo
lembrou que antes do carnaval do ano passado (2020), o presidente alertou sobre
o vírus, mas os governos e prefeituras fizeram o carnaval. Não se podia
aglomerar, mas na época da campanha fizeram tudo que era proibido. Destacou que
o Brasil ultrapassou os EUA em percentual de vacinação e que as vacinas
utilizadas no Maranhão são todas federais, mas basta a economia cair um pouco
fica um grupo mandando fechar tudo e não quer que aconteça crise. Chile e
Argentina estão quebrando, mas não se vê comentário algum sobre isso.
Venezuelanos estão comendo lixo.
“O Brasil tem que comemorar por ser um país
livre, por poder se manifestar e por termos uma bandeira verde amarela, azul e
branca. Deus, família e pátria com muita fé, sendo que em muitos países
defendidos pela oposição, essas coisas são proibidas”, finalizou.
Carlos Hermes
Afirmou
que acha ótima a democracia, pois nos proporciona ouvir tudo, mesmo as
barbaridades. A análise do parlamentar é de que o presidente aprofundou o seu
isolamento tanto diante da sociedade (que passa dos 50%), quanto nas
instituições. Criticou a decisão – que não se concretizou – da convocação do
Conselho da República, que só pode ser feita em situações extremas, diante da necessidade
de estado de defesa, de sítio ou intervenção federal, sendo que nenhum dos
membros do Conselho sequer sabiam disso.
“37 anos como deputado federal não foram suficientes
para ele conhecer a constituição federal. O Conselho é apenas um órgão
consultivo e seus anseios ditatoriais não se darão dessa forma, tem que passar
pelo Congresso Nacional (Câmara e Senado), com um trâmite longo.
A bomba virou um
track e hoje está tudo do mesmo jeito. O STF não se abalou em absolutamente
nada e as estruturas da sociedade democrática do país continuam sólidas.
A bandeira nacional
é um patrimônio dos brasileiros e não pode representar ruptura institucional,
com violência ou armamento. Devemos seguir é a mensagem de solidariedade
humana, misericórdia e amor ao próximo completamente diferente desta logica
insana que estão tentando estabelecer no Brasil”, declarou.
Hermes
deixou a certeza de que irá predominar a vontade popular, o desejo do povo, que
não estava representado no dia 7, pois ali só estava a elite do agronegócio,
que está feliz com o preço da carne, com 15 milhões de pessoas passando fome,
cozinhando à lenha, pois não pode comprar o gás e que ao longo dos governos
passados tinham acesso a veículo, a combustível e a melhores condições de vida.
“Essa é a realidade onde o povo sofre e a
elite aplaude. Aconteceram atos políticos partidários, com antecipação de
processo eleitoral, vários crimes contra a constituição federal e quem
descumpre leis é criminoso, fora da lei e todos os seus seguidores são iguais
nesta insanidade. Mais de 600 mil pessoas morreram por falta de vacina, por
culpa do seu negacionismo. A multidão estava comemorando o quê? Lamento muito
tudo isso, mas sigamos em frente com a democracia plena e vamos enfrentar esses
fascistas todo dia, toda hora e o fascismo não passará!”, encerrou.
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A democracia é a aceitação geral das regras estabelecidas após
as discussões, porém, não elimina a existência das diferenças de pensamento,
além da possibilidade de discordar, sempre que necessário. Esta é uma
característica da Câmara Municipal de Imperatriz, na luta pela manutenção da
democracia, sempre dando espaço as opiniões divergentes.