Na manhã desta quinta-feira (14) foi realizado no Plenário Léo Franklin na Câmara Municipal, uma Audiência Pública promovida pela 2ª Vara de Fazenda Pública da Comarca de Imperatriz, a Dra. Juíza Ana Lucrécia Bezerra Sodré conduziu a discussão sobre a suspensão dos serviços terapêuticos do plano de saúde prestados pela Unimed Maranhão do Sul aos beneficiários com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A suspensão dos serviços prestados pelos assistentes terapêuticos teria deixado uma série de pais e mães em estado de aflição, em razão da descontinuidade de importante etapa dentro da terapia ABA (Análise do Comportamento Aplicada) de crianças e adolescentes com TEA.

A Ação Civil Pública trouxe à tona diversas questões relacionadas à qualidade do atendimento especializado oferecido pela UNIMED, levantando preocupações e necessidades específicas desse público tão vulnerável. “Uma criança com autismo é inteligente, mas possui um emocional frágil”, desabafou mãe de criança autista.

De acordo com a Associação dos Familiares e Amigos de Pessoas com Autismo de Imperatriz (AFAGAI), o assistente terapêutico garante que as intervenções sejam aplicadas de maneira uniforme e contínua, o que é essencial para o sucesso do tratamento. Além disso, este profissional pode ajudar a implementar estratégias de redução de comportamentos desafiadores, trabalhando para diminuir comportamentos problemáticos e promovendo alternativas mais atraentes.

”Essa Audiência Pública é para ouvir aqueles que precisam desse atendimento e dependem do atendimento dos assistentes terapêuticos onde o plano de saúde havia suspendido e por meio de uma ordem judicial que foi dado pela Defensoria Pública do Estado do Maranhão garantiu a continuidade dos assistentes terapêuticos”, explicou Adhemar Freitas Júnior (SDD), presidente da Comissão da Pessoa com Deficiência na Câmara Municipal.

Durante a audiência, foram ouvidos membros do judiciário, de profissionais de saúde, membros de associações e vereadores para o entendimento da importância dos serviços como essencial para qualidade de vida, garantindo um atendimento mais adequado e humano para os beneficiários e suas famílias.

“Gostaria de agradecer a agradecer à Câmara de Vereadores por ceder o espaço. Agradecer a presença dos senhores vereadores do começo ao fim, muito obrigada por estarem aqui ouvindo essas mães e esses pais”, agradeceu a Juíza Ana Lucrécia.

A juíza ressaltou ainda a importância da participação da Dra. Cátia Rodrigues (neuropsicóloga), da Dra. Vivianne Landin (advogada) e principalmente da manifestação dos pais de crianças e adolescentes com Transtorno de Espectro de Autismo. “É aqui na Audiência Pública é que você encontra o rosto e a voz do titular do Direito, é aqui que ele fala e se torna uma pessoa, isso tudo vai para dentro do processo”, finalizou.

Além dos vereadores presentes, participaram desta audiência o Dr. Fábio Sousa de Carvalho (defensor público), a Dra. Paula Laís de Oliveira Santana (advogada da Unimed), a Sra. Ester Cristina Sousa (presidente da AFAGAI), Sr. Evandro Pereira Fernandes (conselho da pessoa com deficiência), Dr. Alessandro de Sousa Lima (Procon), Dra. Luiza Veronica Lima Melo (Unimed), a Sra. Juliane Barros (gestora UNIMED), Dra. Fernanda Bianchini (Procon), Dra. Fátima Solto (Procon), representantes da SEDIHPOP e OAB.