Câmara de Imperatriz debate polêmico processo de exploração do gás de xisto

Câmara de Imperatriz debate polêmico processo de exploração do gás de xisto

A Câmara Municipal de Imperatriz quer se antecipar e criar lei municipal que regulamente a exploração do gás de xisto em seu território, como vem acontecendo em diversos municípios brasileiros. A Presidência da Casa designou o vereador Carlos Hermes (PCdoB) para conduzir uma comissão que irá estudar o assunto junto a especialistas e definir um anteprojeto acerca dessa legislação em âmbito municipal. 
Na sessão desta quarta-feira (21), o legislativo municipal abriu espaço na Tribuna Popular para a ong 
350.org Brasil que integra uma rede mundial de cunho ambientalista, cuja luta é pelo fim dos combustíveis fósseis e a promoção e uso de energia limpa no planeta.  
O tema central da sessão foi o polêmico processo de extração de gás de xisto, conhecido como fracking. É o processo de perfuração da terra antes que uma mistura de água de alta pressão misturada com areia e  produtos químicos seja direcionada para a rocha para liberar o gás no interior.
Largamente utilizado nos Estados Unidos, o processo, segundo organizações ambientais, traz sérios danos à saúde de populações próximas às áreas de exploração, contamina ar, água e solo e afeta seriamente a agricultura e a pecuária.
 Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) já ofertou blocos de gás de xisto ou gás não convencional, inclusive em municípios do polo de influência de Imperatriz. o Atualmente, 284 municípios nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Acre, Maranhão, Ceará, Minas Gerais, Piauí e Mato Grosso do Sul já possuem leis municipais de proibição à técnica.

Agenda

350.org cumpre agenda de visitas e encontros em câmaras municipais, universidades e populações atingidas pela mineração durante este mês no Maranhão. O representante da organização, Renan Pereira explicou aos vereadores de Imperatriz, durante a Tribuna Popular, o que é o Fracking e as consequências da exploração do gás de xisto para o homem  e o meio ambiente.
"É um processo bastante agressivo e nocivo à saúde das pessoas e ao meio ambiente", resumiu ele, apontando que são usadas mais de 700 substâncias químicas cancerígenas no processo e imensas quantidades de água limpa.
"Metade dessas substâncias químicas continuam no subsolo contaminando aquíferos e a outra metade de resíduos volta à superfície, sendo depositada a céu aberto, evaporando, causando chuvas ácidas, entre outros problemas ambientais e sociais", explicou.
Na região, segundo Renan Pereira, cerca de 60 áreas em 30 municípios com áreas mapeadas, conhecidas por blocos, foram leiloadas pela ANP. A maioria dos compradores, ele afirma, é de empresas estrangeiras. 
O impacto ambiental, econômico e social seria devastador em caso de exploração dessas áreas, diz Renan Pereira. "A região é forte na produção de grãos, na agricultura em geral, na pecuária e com grande potencial hídrico. Seria um desastre", finalizou.

  • 22/11/2018
  • Fábio Barbosa
  • Carlos Gaby - ASSIMP