Violência aterroriza povo de Imperatriz, diz José Carlos
Imperatriz – O assassinato do cinegrafista e produtor de TV, José de Ribamar Carvalho Filho, 48 anos, o Carvalho, ocorrido no sábado (29/11), em um bar situado na rua Monte Castelo, no Centro, ainda repercute em todo Brasil. O crime pode estar relacionado a uma denúncia de agressão policial praticada contra o sobrinho do profissional da imprensa ao Ministério Público do Maranhão (MPE).
O suspeito, o policial militar Jean Cláudio dos Reis Apinagé, o soldado Reis, responde ação no Ministério Público, conforme divulgada no diário da Justiça do Maranhão, acusando-o de prática de improbidade administrativa no exercício da função, inclusive atos de tortura e abuso de autoridade contra.
Da tribuna, o vereador José Carlos Soares Barros (PTB) questionou a desenfreada violência que aterroriza os pais de família de Imperatriz, com o aumento de ocorrências de assaltos, roubos e homicídios. “Quantos caminhos o homem deve andar para descansar em paz? E quantos caminhos o homem precisa andar para saber se já se matou demais?”, questionou.
Em alerta, feito ainda na semana passada, José Carlos observou que “estava prestes dos cidadãos de bem serem vítimas da violência que reina na região central de Imperatriz”. A violência, segundo ele, se alastra não só nos bairros, mas também no Centro, resultado da ausência dos rigores da lei.
“O que o cinegrafista Carvalho fez de errado em ter procurado à polícia e à justiça? Ele apenas procurou fazer o que qualquer cidadão contra violência tem que fazer, pois se alguém está sendo perseguindo, sofrendo acusações ou ferindo alguém da minha família deve procurar as autoridades da segurança e do judiciário. Mas por que ele (Carvalho) fez isso pagou com a própria vida”, contou.
José Carlos: policial era usuário de drogas
Carvalho foi assassinado de forma brutal, cruel e covarde. “E como é que vai ficar agora? É simples: vamos trazer um atestado de loucura; o policial era usuário de drogas, mas a polícia não fez nada”, disparou.
“Como é que pode um policial cuidar da segurança nossa cidade sendo usuário de drogas? Quer dizer as autoridades não sabiam! Quer dizer que o comandante não sabia, ninguém sabia. Só souberam agora depois que ele (o Reis) matou um pai de família. Eu não acredito nisso!”, asseverou o vereador José Carlos Soares Barros, na tribuna “Freitas Filho”. “Ele (Reis) destruiu uma família e matou um profissional da imprensa”, acrescentou.
O parlamentar entende que a sociedade não pode ficar com medo de falar porque o caso envolve um policial militar. “O comentário nas calçadas da cidade é que ‘estamos mortos’, estamos em situação difícil, todo mundo diz: foi o policial. Cabe essa polícia dar uma explicação à sociedade; é impossível permanece no quadro da corporação pessoas que utilizam desses modus operantis para matar as pessoas em Imperatriz.
José Carlos entende também que “é preciso que os representantes do Ministério Público e da Justiça esclareçam por meio dos jornais, da televisão e do rádio como é que vai ficar esse caso que culminou com o assassinato do cinegrafista Carvalho”. “Não podem tentar ludibriar a população, mas todos estão com medo dessa violência que assola Imperatriz”, frisa.
Comandante do 3º BPM precisa ter pulso firme
O vereador José Carlos entende que o comandante do 3º BPM, ten.cel. Markus Lima, precisa ter pulso firme e ir para televisão dizer que sua corporação é limpa – e que esse tipo de coisa não se aceita. O delegado regional Assis Ramos também precisa dizer na televisão o passo-a-passo do que está sendo feito, assim como o Ministério Público.
“Perdemos o Carvalho, mas amanhã pode ser eu (José Carlos) que tenho a língua grande. Amanhã pode ser você, ou seu filho. O caminho que o Carvalho seguiu foi o da justiça, mas pagou com a própria vida. Isso mancha a imagem de Imperatriz, a mais importante cidade do interior do Maranhão. E não podemos ficar calado porque é um policial militar”, concluiu.