Câmara discute privatização da água em Imperatriz
Na
última semana, Ricardo Seidel (PSD) no uso da Tribuna, abordou um tema que vem
sendo recorrente, delicado e deve ter uma grande reflexão do plenário. A
situação da quebra de contrato com a CAEMA, que foi anunciada diversas vezes
pelo executivo e comentada tanto pela situação como pela oposição.
Seidel
pede que o parlamento se organize e crie um cronograma em cima do que está
sendo anunciado, pois a Câmara corre o risco de chegar algum projeto às pressas
para ser votado e para ele isso não é correto, nem ideal, já que é necessário
que cada um possa votar de forma consciente e sem pressões.
“Quem é contra ou a favor, não está em questão. Minha preocupação é com a
população. Devemos começar a organizar audiências públicas nos bairros, para a
explicar a situação para a cidade, que deve participar ativamente desta decisão
que é muito importante e vai perdurar por décadas. A quebra de contrato e um
novo contrato, geralmente é de 10, 20 ou 30 anos e o povo, tem que estar ciente
e participar ativamente desta decisão”.
Sessões itinerantes
O
vereador propôs que seja elaborado um calendário para que a Câmara se dirija a
bairros diferentes e discuta essas e outra problemáticas relacionadas a água,
pois não há como uma empresa assumir algo tão grande sem passar por essa etapa
de conscientização da cidade. O primeiro passo é chamar a população para uma
discussão ampla; O segundo é convidar as instituições e agentes públicos como o
Ministério Público, para participarem e opinando nesta decisão.
“Se
uma empresa assume a água da cidade e a conta fica mais cara, o povo vai bater
na porta e chamar de culpados, nós vereadores, na porta dos gabinetes, não é na
prefeitura ou na empresa que irão. Se quebramos o contrato com a CAEMA e as
mazelas continuarem (prestação de serviço ruim, grande arrecadação e falta de
investimentos), estaremos arrumando um problema maior ainda. Nada mais justo
que os imperatrizenses e o MP participem desse processo, caso chegue a ser
votada essa quebra. Deixo aqui essa reflexão.”
Rubinho
Lima (PTB), declarou que apoia tudo que foi dito. Que se realmente houver
mudança de empresa, que seja sem alterações nos valores; e caso a CAEMA fique,
que a população não continue sofrendo com a falta de água e esgotos a céu
aberto.
Aurélio
Gomes (PT) achou coerente a posição de Seidel em relação a privatização e
quebra de contrato, para que não aconteça como a Zona Azul, pois quem vai pagar
são as gerações futuras.
“Não
se pode votar nada desse tipo sem os devidos esclarecimentos. Deve ser bastante
discutido, planejado e dado conhecimento total ao povo da cidade, para que
saibam o que está acontecendo e o que vai acontecer, com duas ou três
audiências nos bairros com um debate limpo, para que não aconteçam injustiças.”
Adhemar
Freitas Jr. chamou atenção de que estão retirando da câmara Municipal esta
discussão, pois já existe processo judicial para quebra de contrato, sem a
participação da Câmara e da população, e isso não pode acontecer de forma
alguma.
“Esta discussão tem que ser trazida para a
Casa de Leis o quanto antes. Esta decisão irá influenciar diretamente na vida
de cada cidadão de Imperatriz pelos próximos 30 anos e devemos ter grande
responsabilidade com esse assunto.”
Ao
final Ricardo cobrou da prefeitura o andamento do Plano de Saneamento Básico da
cidade, pois sem ele não se pode discutir quebra de contrato, além da criação
de uma comissão especial para analisar o uso da água e o saneamento da cidade,
inclusive visitando outros municípios que passaram por esse processo e saber
quais lugares deram certo ou errado e o porquê de isso ter acontecido.