Tribuna popular discute assédio moral e sexual contra mulheres no ambiente de trabalho

A Câmara Municipal de Imperatriz promoveu, na manhã desta terça-feira (15), uma tribuna popular para discutir o assédio moral e sexual contra mulheres no ambiente de trabalho, além de outros tipos de violências que ferem gravemente os direitos conquistados pelas mulheres ao longo dos anos. O objetivo foi ampliar o debate e incentivar políticas públicas de enfrentamento, promovendo ambientes institucionais, públicos e privados, mais seguros e respeitosos para todos.
A advogada Josiana Fernandes, idealizadora do projeto Justiça Restaurativa: um caminho para prevenção e resolução do assédio moral e sexual contra a mulher no ambiente de trabalho, explicou os fundamentos da proposta. “Esse projeto busca promover um ambiente de trabalho mais seguro e respeitoso para nós, mulheres”, destacou.
Ela esclareceu que a Justiça Restaurativa trabalha com foco nos danos causados pelos desafios de convivência social e no ambiente de trabalho, promovendo a inclusão ativa das partes envolvidas no processo e prevenindo confrontos invasivos. “Essa abordagem utiliza um método específico de resolução de conflito, que envolve a construção de um espaço que conecta os envolvidos no conflito, a fim de pacificá-los e reconstruir laços perdidos”, explicou Josiana.
A juíza Larissa Tupinambá também participou da tribuna e considerou a iniciativa como necessária diante da frequência de casos de assédio nas mais diversas esferas profissionais. “A prática do assédio sexual é recorrente e acontece em diversas esferas do ambiente de trabalho, com histórias que incluem dor, silenciamento e abandono profissional”, afirmou.
Ela pontuou que é necessário tratar esse tipo de conflito de maneira diferente do modelo tradicional, uma vez que a punição isolada não atinge as raízes do problema. “A punição de forma isolada é importante, mas ela não chega à raiz do problema”, completou.
Ainda segundo a magistrada, a Justiça Restaurativa oferece uma abordagem baseada na consciência, responsabilidade e reparação do dano. “Quando a gente consegue um ambiente de trabalho que institui práticas restaurativas, a gente vê naquela instituição uma cultura baseada no respeito e na corresponsabilidade. A gente consegue criar espaços seguros para conversas, para que os danos sejam nominados e que as tensões e conflitos sejam tratados de forma colaborativa”, concluiu.
O padre e psicólogo Elisvaldo Cardoso também participou da tribuna e reforçou a importância da discussão promovida pelo parlamento, ressaltando o papel essencial das mulheres na sociedade e a necessidade de valorização e respeito. “É fundamental que haja um trabalho de prevenção. O grande problema é como eu olho o outro. A Justiça Restaurativa nos ajuda a olhar e ouvir o outro de forma empática. Ela nos ajuda a não comprar a emoção negativa ou a emoção violenta que o outro está me vendendo”, destacou.
A tribuna foi uma iniciativa da vereadora Rosângela Curado (PL), reafirmando o compromisso com ações e pautas que promovam o bem-estar, o respeito e a dignidade das mulheres de Imperatriz.Participaram da tribuna a advogada e autora do projeto, Josiana Fernandes; a juíza Larissa Tupinambá; e o padre e psicólogo Elisvaldo Cardoso Silva.