Para evitar afastamento remunerado, vereadores são mantidos no cargo

Na manhã desta
quarta, 28, aconteceu Sessão Extraordinária na Câmara Municipal de Imperatriz,
que foi convocada para decidir sobre ação judicial que pede o afastamento dos
parlamentares Antônio Silva Pimentel, Zesiel Riberio da Silva e Manoel
Conceição de Almeida (Bebé Taxista) por um período de 90 dias do cargo de
vereador. A convocação é prevista pela Constituição Federal e exige a presença
de todos os parlamentares.
Logo após
leitura do relatório do Ministério Público, o vereador Joao Silva solicitou a
interrupção da sessão por 10 minutos e na sequência a discussão foi retomada.
Todos os vereadores compareceram e dando prosseguimento, houve única decisão
relacionada ao processo judicial.
Foi aberta a fala aos vereadores para discorrerem, onde Adhemar Freitas Jr e Fábio Hernandez contextualizaram o tema e destacaram que todos tem o direito ao contraditório, principalmente por estarem passando por fase de investigação, mas não foram condenados a nada, nem defesa existiu.
“Haverá espaço e tempo para as defesas e cada um mostrará suas razões, mas o mandato parlamentar é uma representação da democracia e deve ser resguardado”, afirmou Adhemar.
Os vereadores
deixaram claro que mantém o compromisso de transparência e apoio aos trabalhos
do MP e consideram corretíssimo o trabalho da justiça, porém chamam a atenção
para o julgamento antecipado de alguns setores que chegaram a confundir o
pedido do MP com uma sentença final. São contrários ao pedido de afastamento,
principalmente por que a Câmara não pode dar posse a suplentes e pagar salários
aos afastados. A recomendação era afastá-los e manter as remunerações, o que a
grande maioria não concordou.
Ao final das falas, o presidente Alberto Sousa frisou que o momento é difícil, mas que todos estão através de suas consciências fazendo o que acham melhor, praticando aquilo que é justo.
“Na gestão pública estamos
todos sujeitos aos órgãos de controle e é caminhando com transparência com o
Ministério Público, Tribunal de contas, judiciário, com um ambiente
independente e de harmonia, que precisamos dar resposta a sociedade, no trabalho
de vereador, dando satisfação a quem depositou o voto na urna. Não podemos
buscar atalhos e assim deve ser em tudo que é público, seguindo o caminho
correto.
Tudo que é recomendado pelo MP está sendo seguido de acordo com as orientações. Não estamos julgando ou condenando nada, devemos ter bom senso, respeitando a justiça. Não podemos ser guiados por juízes de redes sociais, que matam pessoas e reputações”, disse.
Com maioria
dos votos, foi decidido pelo não afastamento dos vereadores, pelo entendimento
jurídico que não pode haver afastamento com remuneração, como foi pedido pelo
MP.
O mandato dos
três vereadores continua, mas o acesso a Câmara está proibido, atendendo a decisão
judicial.