Projeto de Lei de Alberto Sousa garante tratamento de reabilitação para pessoas com sequelas da covid-19
Síndrome do pânico, depressão e suicídio estão ficando no rastro da pandemia e precisam ser urgentemente combatidasEm sessão híbrida nesta quinta, 08, na Ordem do
Dia, aconteceu única discussão do Projeto
de Lei Ordinária Nº 004/2021, de autoria do vereador Alberto Sousa (PDT), que
dispõe sobre a criação do tratamento de reabilitação para pacientes com
sequelas deixadas pelo coronavírus (covid-19).
Conforme o Projeto, a
Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS) fica autorizada a implantar o tratamento domiciliar,
telereabilitação e de centro de reabilitação para pacientes com estas
características. Poderá ser solicitado, agendado e acompanhado por
profissionais como: educador físico, assistente social, fonoaudiólogo,
enfermeiro, fisioterapeuta, médico, psicólogo e outras classes de saúde. O
poder executivo poderá firmar parcerias públicas e privadas para manter esses
tratamentos, as despesas correrão por conta da dotação orçamentaria própria e a
Lei poderá ser regulamentada através de decreto.
O presidente Alberto
Sousa justificou a criação do projeto em função do momento que estamos vivendo
e o rastro que está ficando no caminho da pandemia.
“Pessoas
que tiveram a doença, ficam com diversas sequelas na mente, no corpo, na alma.
Esquecimento, mudanças de comportamento, isolamento, síndrome do pânico,
depressão e até tentativas de suicídio por medo do futuro em decorrência da
pandemia. Até quem não teve covid, mas que perderam familiares ou entes
queridos, são afetados de forma brutal e também desenvolvem problemas
psicológicos e emocionais. Queremos que esse projeto possa alcançar aqueles que
estão precisando dessa ajuda e não dispõem de condições para isso”, explicou.
Vereadores fizeram
relatos pessoais de familiares que faleceram, outros que perderam pessoas
próximas e as consequências disso.
Manchinha (PSB),
comentou sobre os que ficam, ou que vencem o vírus e não conseguem sair de
casa, desenvolvem dificuldades de relacionamento, medo. “Quem mais tem receio de pegar a covid, quando acometida, o psicológico
faz com que a doença fique mais forte e a situação piore. Muitas crianças
órfãs, famílias destroçadas. A pandemia irá passar, mas os danos irão ficar de
forma permanente”, disse.
Adhemar Freitas Jr
(SDD), afirmou que a sociedade está mentalmente doente. Pessoas dentro de casa
com medo da doença e psicologicamente destruídas, não conseguem sair e isso
está atingindo todas as classes, inclusive servidores estão com crise de
ansiedade e precisam de reabilitação. “Quando
a pandemia passar, muitos não terão condições de voltar ao trabalho, mesmo sem
a covid, mas com a mente adoecida. A amplitude dos tratamentos terá que ser aumentada,
pois o número de pessoas com necessidade de tratamento irá crescer
assustadoramente”.
Cláudia Batista
(PTB), falou da quantidade de gente que a tem procurado em busca de ajuda
psicológica e que Serviço Social e Psicologia são as profissões do futuro,
imprescindíveis pois a sociedade terá que tratar mentalmente quem hoje não
consegue sequer sair de casa. “Vizinhos,
amigos, colegas de trabalho, da igreja, estão todos impactados e a Câmara irá
cumprir este papel de ajudar essas pessoas. Faculdades já estão
disponibilizando alunos de psicologia que fazem laboratório, para auxiliarem
quem está nesta situação”.
Zesiel Ribeiro (PSDB)
considerou a matéria extremamente relevante, pois de acordo com pesquisas
renomadas, quase 35% das pessoas que tiveram covid, após seis meses
apresentaram problemas neurológicos e mentais. “As sequelas existem e estão aí, algumas pessoas estão apresentando até
problemas físicos e parando de andar”, declarou.
Renê Sousa (PTB)
relatou que foi visitar uma amiga no bairro Bacuri, que era alegre, extrovertida
e de ânimo elevado, mas adquiriu síndrome do pânico e não consegue dormir,
simplesmente por acompanhar de dentro de casa os resultados da pandemia na
sociedade. Outra no Parque São José está com os mesmos sintomas. “Os profissionais de psicologia nunca
fizeram tantos atendimentos como agora”.
Rogério Avelino (MDB)
falou da situação de sua mãe, a ex-vereadora Fátima Avelino que não pegou a
doença, mas está há um ano sem sair de casa. Sentiu um grande impacto, pois não
pode ir mais na igreja, nem fazer suas visitas pela cidade. “Ela teve que aprender a utilizar de forma
mais forte as redes sociais e a internet, visitar os locais virtualmente, mas a
situação é muito difícil”.
Os parlamentares
entendem que o Projeto busca combater os danos colaterais assustadores do coronavírus, que vem atingindo a população, principalmente no
campo psicológico, mental e emocional que só aumentam. A matéria foi aprovada
por unanimidade e aguarda a sanção do Executivo.
Alberto Sousa espera
que a ação seja feita, saia do papel e salve vidas, pois aqueles que não se
foram estão morrendo por dentro.