Audiência Pública discute ampliação do horário de funcionamento de bares e restaurantes em Imperatriz
A
Câmara Municipal de Imperatriz realizou, na manhã desta quinta-feira (27), uma
audiência pública para discutir a ampliação do horário de funcionamento de
bares e restaurantes, passando das 2h para as 4h da manhã. A discussão teve
como objetivo entender os impactos e desafios da proposta para a cidade, além
de colher dados e ouvir agentes públicos e representantes da sociedade civil
sobre as consequências da ampliação do horário para a comunidade.
Fomento
à economia
O
representante da 99, Leandro, explicou que o segmento noturno é dividido em
três bases: bares, restaurantes e casas noturnas. Estas últimas, segundo ele,
possuem tratamento acústico e licenciamento adequado para evitar o vazamento de
som e possíveis incômodos à população. Leandro destacou o impacto social,
cultural e econômico do setor, que gera emprego e renda ao movimentar diversos
segmentos como hotelaria, salões, comércios locais, barbearias, entre outros,
promovendo uma cadeia maior do que no período diurno.
Ele
explicou ainda que a alteração dos horários foi solicitada pelo setor de
serviços, com foco exclusivo nas casas noturnas que possuem tratamento
acústico, justamente para não prejudicar a vizinhança. Ressaltou também que a
mudança não se aplica a locais abertos, por ferir a Constituição Federal, mas
representa uma adequação já adotada em grandes cidades.
“Nós
estamos pedindo a adequação igual a outras cidades grandes para que possamos
proporcionar uma entrega de cultura, material e fomento econômico para a
cidade. Isso foi proposto na lei de alteração para esses locais”, explicou.
Impactos
da ampliação
O
debate foi essencial para analisar o impacto de um projeto de grande alcance
social e ouvir as demandas das categorias envolvidas, compreendendo percepções
e problemas relacionados à ampliação do horário. O secretário de
Desenvolvimento Econômico, Esmeradhson Pinto, esclareceu que a proposta de
alteração é de iniciativa do Poder Legislativo e que a participação nas
discussões é fundamental para subsidiar a audiência. No mesmo sentido, o secretário
de Segurança Pública, Hilderson Alves, afirmou que o que for aprovado após o
debate será executado com planejamento e responsabilidade, mas reforçou a
necessidade de critérios técnicos para a ampliação.
“Essa
ampliação não pode ocorrer de forma solta, sem condições mínimas que garantam a
convivência social e o respeito àqueles que dependem do sossego noturno”,
disse.
Hilderson
também chamou atenção para o fato de que alterações no horário de bares
impactam diretamente a segurança pública, envolvendo fatores como trânsito,
perturbação do sossego, fiscalização urbana e saúde coletiva. Segundo ele, cada
hora adicional gera impacto operacional nas instituições de segurança e nos
agentes fiscalizadores. Ele ressaltou ainda a necessidade de medidas como controle
de som, reforço de segurança privada, ordenamento da área externa, respeito às
normas sanitárias, documentação regularizada, responsabilidade no entorno e
cooperação com os agentes públicos, garantindo que o direito ao lazer não
prejudique o direito ao descanso.
Direito
ao sossego
A
representante da Comissão da Pessoa Idosa da OAB Imperatriz, Ivanice da Silva
Alves, manifestou rejeição à proposta diante do alto número de reclamações
relacionadas a idosos acamados, pessoas autistas, trabalhadores e pessoas com
doenças que necessitam de silêncio, mas têm seu direito violado por casas de
festas que desrespeitam as normas.
“Nós
queremos que o direito da pessoa idosa, dos autistas e dos demais seja
garantido. Queremos que os senhores melhorem essa lei e vejam cada um de forma
humanitária, porque ocasionar problemas, como no caso de pessoas com diabetes
que não podem passar a noite sem dormir, é uma das consequências desse projeto
que devemos analisar”, disse.
Ivanice
reforçou que é necessária uma fiscalização efetiva para assegurar o
funcionamento adequado dos estabelecimentos conforme as normas, algo que,
segundo ela, não tem sido respeitado. Ressaltou ainda a importância de proteger
o direito de estudantes e trabalhadores ao descanso, assim como garantir condições
dignas aos trabalhadores que atuam em bares e restaurantes, muitas vezes sem a
devida garantia dos direitos trabalhistas.
A
audiência pública foi essencial para ouvir o poder público, a sociedade civil e
os profissionais diretamente envolvidos com o tema. A Câmara de Imperatriz
reforça o compromisso com discussões que contribuam para a aprovação de leis
que impactem positivamente a comunidade, promovendo bem-estar e qualidade de
vida.
A
audiência foi solicitada pelo presidente da Comissão de Obras e Serviços
Públicos, vereador Jhony Pan (PSD), em coordenação com a Comissão de Educação,
Cultura e Lazer, Comissão de Planejamento e Meio Ambiente, e Comissão de
Segurança Pública e Defesa do Consumidor. Participaram também o secretário
municipal de Desenvolvimento Econômico, Esmeradhson de Pinho, a representante
da OAB Imperatriz, Ivanice da Silva Alves, o superintendente de Trânsito,
Eliude Salles, e o secretário de Segurança Pública, Hilderson Alves.
Representando o Ministério Público, esteve presente o promotor Dr. Jadilson de
Sousa, além do Tenente-Coronel Hélio, do 3º Batalhão de Polícia Militar de
Imperatriz.



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