Impactos ambientais no Rio Tocantins são discutidos em audiência pública
Imperatriz – Representantes da secretaria municipal de Meio Ambiente, Companhia de Saneamento Ambiental, Conselho Municipal de Meio Ambiente, professores, Fundação Rio Tocantins, Associação Comercial, sociedade civil e vereadores estiveram reunidos em audiência pública, promovida pela Câmara Municipal de Imperatriz, nesta quinta-feira (30).
Foram discutidos os danos ambientais causados ao Rio Tocantins como lançamento de esgotos sem tratamento, lixo nas margens e leito, e extração de areia em locais impróprios; em busca de soluções.
O presidente da Fundação Rio Tocantins, Domingos Cézar Ribeiro falou sobre a importância do rio economicamente para muitas famílias, citando seu próprio exemplo, como filho de pescador.
“Não vejo o rio pelas suas questões turísticas e beleza, mas pela sua importância, que é econômica. Mais de 10 mil pessoas sobrevivem desse rio, meu pai foi pescador e criou uma família pescando.”
O ambientalista sugeriu a criação de uma lei para conter a retirada de areia das margens, citando o exemplo da cidade paraense de Marabá, onde foi criada uma lei que não permite a retirada de areia a menos de 3 km das praias. Segundo ele, seria o primeiro passo a ser dado e que poderia ser feito também nos outros municípios banhados pelo rio.
A presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente, Ivanice Cândido citou pontos importantes de discussão em relação ao lixo que devem ser observados pela população, poder público e empresariado.
“Essa angústia é de todos nós. O conselho realiza todos os anos uma blitz de limpeza nas margens do Rio Tocantins. Não resolve, é apenas uma ação para chamar a atenção da população, de que cada um de nós deve fazer a sua parte.”
Ivanice falou também sobre a elaboração do plano de saneamento básico de Imperatriz exigido pelo Governo Federal, pedindo a participação de todos na elaboração, com propostas. Ela destacou ainda a importância da conscientização.
“É preciso crescimento com desenvolvimento sustentável. É preciso envolvimento de toda sociedade, não esperar só do poder público ou outros órgãos. Meio ambiente é prevenção, é saúde pra nós. O lixo, os resíduos lançados nos riachos pela população e que chegam no rio é muito grande.”
A senhora Claudia Miranda, representando a sociedade civil mostrou preocupação sobre a questão, afirmando que o que falta é cada um fazer a sua parte, mas unindo forças para que muitas questões sejam feitas de imediato e a médio e longo prazo. Ela questionou a situação das empresas que se instalam em Imperatriz, causam diversos tipos de impactos ambientais e que não são cobradas em relação à compensação ambiental.
“Espero como cidadã que as coisas sejam feitas, que se não se engavete e fique só no aqui, agora. Nós aqui ficamos somo sempre, a ver barquinhos.”
Ao final da audiência foi sugerida a criação de uma comissão formada por representantes de cada entidade para se buscar soluções.
O debate foi conduzido pelo vereador-presidente da Comissão Permanente de Planejamento, Uso, Ocupação do Solo e Meio Ambiente, Rildo de Oliveira Amaral.