Pacientes de outros estados lotam UTIs em Imperatriz
Imperatriz – A ocupação da maioria dos leitos de UTIs (Unidade de Tratamento Intensivo) é de pacientes oriundos de municípios dos estados do Tocantins e do Pará, observou o vereador Fidelis Uchoa (PRB) que solicita ao governo estadual a ampliação da oferta de vagas nos hospitais públicos e privados de Imperatriz. “Nós precisamos urgentemente, em parceria com a Promotoria de Justiça, de uma ação rápida para chamar a responsabilidade de cada estado”, disse.
Ele reconhece que Imperatriz, considerado polo macrorregional de alta complexidade, presta relevantes serviços na área da saúde pública a milhares de pacientes de vários municípios das regiões sudoeste do Maranhão, do norte do Tocantins e do sul do Pará. “Dói no coração da gente vê um hospital, como é o caso do Socorrão, com uma grande estrutura, mas lotado de pacientes de outros estados”, assinala.
Fidelis Uchoa classifica como grave o problema e diz que “pessoas estão morrendo por falta de vagas em UTI’s nos hospitais públicos de Imperatriz”. Ele citou, como exemplo, o episódio ocorrido recentemente com uma criança vítima de uma bala perdida que necessitava de um leito de UTI. “A criança veio a óbito”, lamentou.
A vereadora Caetana Frazão (PSDB) observou que, ainda na semana passada esteve no hospital Socorro, onde comunicou à direção da casa de saúde reclamação de um paciente que estava com mais de 24 horas aguardando para ser internado. “Fui convidada, assim como uma emissora de televisão, para que visitássemos várias enfermarias, fato que constatamos in loco superlotação, sendo que dos internados, apenas dez por cento eram de Imperatriz”, disse.
Ela contabilizou uma grande quantidade de pacientes dos municípios de Buriticupu, Açailândia, Grajaú e dos estados do Pará e do Tocantins. “De cada enfermaria que haviam seis pacientes, dois eram de Imperatriz”, observou ela, que compreendeu os motivos que o cidadão ficou por mais de 24 horas para conseguir um leito para ser internado.
Caetana afirma que pacientes de outros municípios “desembarcam” em vans próxima ao hospital Socorrão, fornecendo endereço de domicílio como sendo em Imperatriz. “É muito agravante esse caso, pois os imperatrizense estão ficando de fora, e não sei qual o procedimento legal”, disse.
Fidelis Uchoa conclamou o prefeito e a secretária de saúde para “que seja dado um basta nesta situação, pois muitas pessoas de Imperatriz estão morrendo, fato que não queremos menosprezar os pacientes de outros estados”.
A vereadora Terezinha Soares (PSDB) lembrou que um paciente, oriundo da cidade de Bacabal-MA, estava internado há 98 dias em uma UTI, em Imperatriz. “Entrei em contato com o prefeito de lá (Bacabal), mas o cara tem a cara limpa, respondeu que a obrigação é nossa de sustentar aqui, fato que consideramos um desacato com o povo de Imperatriz”, completa.
Em pronunciamento, o vereador Antônio Pimentel (DEM) esclareceu que “a saúde é universal, direito de todos os cidadãos”. “Se um paciente não consegue ser internado, recorre por meio da Justiça que expede mandado obrigando que o paciente seja internado, pois é um direito de todos”, comentou.
Pimentel assinala que Imperatriz é uma cidade polo em atendimento de saúde, embora entenda que pessoas de outras cidades acabam ocupando vagas que pacientes que residem no município. “Só acontecerá alguma mudança se mudar a lei, pois é um direito de todos”, finalizou.