CPI da Saúde faz primeira diligência no Socorrão de Imperatriz

CPI da Saúde faz primeira diligência no Socorrão de Imperatriz

Os vereadores Aurélio (PT), Adelino (SDD), Carlos Hermes (PCdoB), Bebé Taxista e Ditola (ambos do PEN), estiveram na manhã desta sexta (21), realizando a primeira diligência no Hospital Municipal de Imperatriz (Socorrão), de acordo com requerimento enviado ao executivo da Comissão Especial de Inquérito (CEI) – a chamada CPI da Saúde -, que investiga supostas irregularidades em processo de dispensa de licitação e de contratação de serviços de manutenção de equipamentos pela Secretaria Municipal de Saúde à empresa Catho Gerenciamento Técnico de Obras e Serviços.

            Os membros iniciaram um cadastramento com todos os equipamentos e instrumentos cirúrgicos que dentro dos ambientes hospitalares do Socorrão recebem a manutenção da empresa Catho, seja ela preventiva ou corretiva, e as que necessitam de reparo, troca de peças, substituição ou como é a determinação dos contratos. Fizeram a identificação dos maquinários, solicitaram as notas fiscais desses serviços de manutenção e as ordens de pagamento de todas, para que se faça o comparativo de valores e identificar a necessidade ou não desse equipamento receber determinado reparo.

            “Como eles sabiam que viríamos hoje, aparentemente deram uma preparada e nós sabemos que isso iria acontecer. Já identificamos os equipamentos que estão carentes de reparos que não foram feitos, mas o principal levantamento é a diferença de valores em um mesmo tipo de serviço, a disparidade entre o primeiro contrato com dispensa de licitação e o segundo com pregão presencial. Valores diferenciados para a mesma coisa”, informou o vereador Carlos Hermes.

            Inicialmente será solicitado à tesouraria da secretaria municipal de saúde todas as notas fiscais e ordens de pagamento. Será feito um comparativo do que foi pago e o que foi executado para no final da análise dizer se houve superfaturamento ou desrespeito ao erário publico.

            O contrato fala de ambientes hospitalares, mas muitos equipamentos não estão funcionando, como a máquina de ressonância que se encontra quebrada desde março de 2018. A Catho deveria fazer o reparo, não o fez, mas continua recebendo um valor aproximado de quarenta mil reais por mês para dar manutenção em duas impressoras que trabalham com a expedição de película de imagem. A comissão irá buscar juridicamente a responsabilização disso.

            Os trabalhos eram realizados de forma ordeira e organizada, com coordenadores e auxiliares prestando os esclarecimentos, mas em determinado momento surgiu um pequeno tumulto com a chegada do procurador Geral do Município, Rodrigo do Carmo, que exigiu documentos protocolados, prazos para resposta do município e que fosse limitada a quantidade de vereadores nas alas cirúrgicas e de UTIs, fato que foi logo contornado, com os parlamentares concordando e dando continuidade nas atividades.

            Em relação aos locais com restrição de acesso, os vereadores Ditola e Carlos Hermes verificaram as unidades adultas, infantis e o Centro Cirúrgico, respectivamente. No centro cirúrgico se percebe uma situação mais equilibrada em termos de equipamentos, mas existe necessidade de manutenção e reparo em alguns. “A empresa não soube apresentar o período em que esses equipamentos já haviam recebido manutenção preventiva, ou corretiva. O pagamento continua sendo feito, mas os serviços parecem não estar sendo executados a contento. Iremos saber quando recebermos as notas fiscais, as ordens de pagamento com o objeto de cada serviço e vamos fazer a análise comparativa do setor privado com a tabela SUS”, disse Hermes. 

Constatações

            A máquina de Raios-X encontra-se em manutenção, pois está sendo trocado o tubo e o comando. O equipamento já fez 50 mil atendimentos e existe essa necessidade. O aparelho é importado e a partir de segunda estará sendo instalado. Fios e cabos expostos chamaram a atenção dos parlamentares, mas de acordo com o Coordenador da Catho, Sr. Arcelino Brito os fios não podem ser embutidos pela necessidade de deslocamento do maquinário. Em relação à impressão de películas, foi substituída por papel, por ser mais rápido e barato.

            O bloco adulto tem vinte UTIs, destas, dezenove estão ocupadas e funcionando, uma está em manutenção. De acordo com a coordenadora da UTI Leiane Carreiro, em abril de 2017 haviam somente sete leitos funcionando.

            No Socorrinho são dez UTIs, existem oito ocupadas, seis normais e duas para isolamento (contaminações), duas estão sem o respirador, mas funcionando.        

            Mesmo todos os membros sendo comunicados e avisados da diligência, só compareceram os que assinaram pela abertura da CPI.

            “O presidente Hamilton Miranda e o relator Fábio Hernandez não compareceram, os outros integrantes a cidade toda já sabe quem são e os motivos dá ausência não sei informar, mas estaremos realizando as tarefas da comissão da mesma forma que foi aqui hoje; com coordenadores normalmente nos entendendo e de nossa parte muita cordialidade e respeito com os servidores. Fiscalizaremos o que a CPI tem que investigar que é o contrato da manutenção da Catho em todos os locais onde é de responsabilidade da empresa: Socorrão, Socorrinho, na lavanderia, no Centro de Especialização Odontológica, na UPA do Parque São José, no Complexo de Saúde pública no Parque Anhanguera, no Centro de Zoonose e em onde o contrato de manutenção estiver vigente. Vamos mostrar para cidade o que realmente está sendo feito e o que não está e se está certo ou errado”, finalizou o vereador Ditola.

  • 21/06/2019
  • Sidney Rodrigues
  • Sidney Rodrigues - ASSIMP