Câmara discute regulamentação dos brinquedos elétricos que circulam na Beira Rio
Os
parlamentares da Câmara Municipal de Imperatriz se reuniram na manhã desta
quinta-feira (13), no gabinete da Presidência, com representantes do Poder
Executivo e trabalhadores que prestam serviços com brinquedos elétricos na
Beira Rio. O encontro teve como objetivo discutir soluções para o uso desses
equipamentos no espaço público, diante dos casos de acidentes envolvendo
usuários e pedestres, além da necessidade de garantir mais segurança no local.
A
reunião possibilitou um diálogo direto com os prestadores de serviço, que
puderam relatar suas dificuldades, apresentar propostas e discutir alternativas
com o poder público. Durante a reunião, foram destacadas as preocupações da
população com os brinquedos autopropelidos que circulam na Beira Rio. O
presidente da Câmara, vereador Adhemar Freitas Jr (MDB), ressaltou que a
temática envolve diversos atores e, por isso, é fundamental a participação da
prefeitura e dos prestadores de serviço.
“É
necessário garantir a segurança das pessoas e que a Beira Rio continue sendo um
espaço de lazer, sem que as famílias tenham medo de levar as crianças. Para
isso, é preciso definir medidas que mantenham o local seguro e organizado”,
afirmou Adhemar.
O
superintendente da Defesa Civil, Evandro Ferreira, lembrou que já foram
adotadas medidas para disciplinar a ocupação do espaço, mas ressaltou que ainda
são necessárias novas ações. “A segurança é dever de todos. Os prestadores de
serviço precisam observar as leis de trânsito, o Estatuto da Criança e do
Adolescente, o Código de Defesa do Consumidor e o Código de Defesa Civil. A fiscalização
será intensificada e, caso não cumpram as normas, poderão sofrer penalidades
que vão de multa à interdição das atividades”, alertou.
Evandro
também informou que será distribuída uma cartilha orientando os prestadores
sobre as regras de funcionamento e segurança, e que os próprios trabalhadores
deverão dispor de monitores responsáveis durante o uso dos brinquedos. Ele
lembrou ainda um caso grave ocorrido há dois anos, quando uma criança sofreu
traumatismo cranioencefálico em um acidente com brinquedo elétrico. “Não
queremos que isso se repita”, enfatizou.
O
superintendente de Trânsito, Eliude Salles, explicou que, se os brinquedos
forem enquadrados como veículos automotores, deverão obedecer às normas do
Código de Trânsito Brasileiro. “A legislação é clara. Veículos elétricos não
devem circular em locais destinados a pedestres. Em algumas cidades, eles já
foram proibidos em áreas de passeio. Precisamos definir uma alternativa
adequada para o uso desses brinquedos”, explicou.
O
secretário de Planejamento Urbano, Dr. Ribamar, também reforçou que a
legislação não permite a circulação de veículos sobre os passeios públicos. “A
utilização só pode ocorrer nas vias, respeitando os requisitos de segurança e
trânsito. A questão da segurança é primordial, uma vida não tem preço. Nosso
objetivo é garantir que os equipamentos estejam seguros e devidamente
regulamentados”, destacou.
O
representante da Rio Sport, Michael Felipe, lembrou que atua há mais de nove
anos no local e que a empresa possui cerca de 40 mil cadastros de clientes. Ele
afirmou que medidas de restrição já foram adotadas, como a redução da área de
circulação e da velocidade dos brinquedos, o que diminuiu significativamente os
acidentes. “Reduzimos o número de funcionários e a velocidade dos brinquedos
para garantir mais segurança. No entanto, é importante que haja regras claras
para todos, inclusive para visitantes que utilizam brinquedos elétricos
pessoais”, disse.
Regulamentação
e fiscalização
A
vereadora Rosângela Curado (PL) destacou a necessidade de fiscalização das
lojas e da criação de protocolos de compra e uso dos brinquedos. “Precisamos
organizar esse serviço para toda a cidade, não apenas para os prestadores. É
possível cadastrar quem pode atuar e desenvolver um trabalho socioeducativo para
conscientizar os usuários”, afirmou.
Entre
as medidas sugeridas estão a adesivação dos brinquedos, a fiscalização dos
locais de circulação e a instalação de placas educativas. O vereador Ricardo
Seidel (PSD) defendeu que o poder público primeiro oriente e, em seguida, cobre
o cumprimento das normas. Já o vereador Rodrigo Brasmar (PSDB) propôs que a
Defesa Civil realize um estudo de zoneamento para delimitar uma área exclusiva
para uso dos brinquedos elétricos, sob responsabilidade de fiscalização do município.
“É
importante que o município tenha domínio sobre essa área para garantir o
cumprimento das regras e a segurança de todos”, afirmou Brasmar.
O
superintendente da Defesa Civil reforçou que o principal problema está na falta
de definição do espaço adequado. “Não podemos fiscalizar algo que ainda não
está regulamentado. O passo mais importante é realizar esse estudo para definir
o local e a quantidade de brinquedos permitidos. A partir disso, cada
secretaria poderá agir de forma coordenada”, concluiu Evandro Ferreira.



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